terça-feira, setembro 30

AINDA O HELICÓPTERO 15

VIAGEM AO PASSADO PARA PROJECTAR O FUTURO (ENTRE PARÊNTESIS)


” Da vida e feitos de D. Manuel por D. Jerónimo Osório, 1571. Livraria Civilização vol. I, 1944 – Porto

“Passou depois ao apuramento e maneio dos tributos (impostos); porque percebeu que por negligência (corrupção) dos almoxarifes (autarcas) se esvaía a substância (PIB) do reino; que ou pela avareza dos tesoureiros (ministros) desfalcada, ou em gastos supérfluos (meninas da cantina) consumida, embaraçava o estado do reino em tomar assento. Que nem se pode empreender guerra, nem bem fundar a paz e administrar folgadamente a justiça, onde o património real (orçamento geral do estado) que há-se ser o instrumento da pública bonança, particulares (comandantes de bombeiros) o transviam, ou el rei (o governo) o estraga sem proveito.”


SENÃO VEJAMOS:

O Heli15 que fazia viagens turísticas ( o gesto foi mal interpretado-diz o comandante - por essas e por outras é que o turismo português nunca mais passará da cepa torta) podia servir como exemplo para “auditorar” os Corpos de Bombeiros do País para se saber se estão ao serviço do verdadeiro objecto : -SERVIR E PRESTAR SOCORRO.

Todos sabemos que nas corporações se traficam influências, se germinam, se fomentam e se preparam guerras com influência nas eleições, sobretudo autárquicas.
As corporações servem para alguns investimentos de utilidade duvidosa que só encontram justificação nas vaidades.

Os exemplos são muitos: auto-escadas para corporações onde não se justifica pela altura dos edifícios do concelho; embarcações e equipas de mergulho onde não existe um rio ou um laguito; material de alpinismo e montanha onde só existem planícies; sondas para descoberta de soterrados em zonas onde não há risco de sismos; câmaras de descompressão de mergulhadores onde não existe nem mergulhadores ou nem águas profundas...
Enfim, ganha-se na vaidade sofisticada o que se perde na eficácia do socorro.

E... lá se vai a substância dos tributos.

segunda-feira, setembro 29

“QUANDO A GENTE PENSA QUE SABE TODAS AS RESPOSTAS...
VEM A VIDA E MUDA AS PERGUNTAS...”



O HELI 15, de Lamego, estava a dar umas voltinhas turísticas.

Só que o heli estava alugado para prestar um serviço público e publicamente (antes estivesse caladinho) o comandante vem meter os pés pelas mãos em busca da desculpabilização pública através do ansioso protagonismo que as câmaras possam dar e que... deram ao país do mau uso de um serviço que não era aquele que se esperava da sua contratação – o socorro de pessoas e bens.

O comandante depressa se esqueceu que por causa das invejas as coisas boas acabam depressa.
Acabaram com as voltas turísticas e acabaram por o afundar na própria lama que ajudou a criar.
Se até ao pescoço estava enterrado...ele próprio mergulha a cabeça no lodo cada vez que aparece.
Ele e todos os outros coniventes não têm resposta para as evidências.

O peso das suas palavras só os tem ajudado a afundar com o peso das perguntas da vida.


quinta-feira, setembro 25

Paula Bobone no seu melhor.
Fazia ontem um daqueles périplos desesperados pelos diferentes canais da nossa televisão, quando parei no SIC – Mulher para escutar a iluminada Paula Bobone.
Eis mais uma das suas pérolas:
“Até os cães são snobes. Ladram a um pobrezinho e a um mal vestido, mas não ladram a uma pessoa bem vestida”.
Por favor, calem esta mulher...

Protestos veementes.
Caro Maranhão, protesto aceite.

terça-feira, setembro 23

PARA MEDITAR...MEDITAR...

ALGUÉM PERGUNTOU A CONFÚCIO:

"O que mais o surpreende na humanidade?"

CONFÚCIO respondeu:

"Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro.
Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido... "

segunda-feira, setembro 22

Feira Franca de Avis - O prometido é devido.
Conforme prometido, rumei, sábado à noite, à Feira Franca de Avis.
Depois de me conseguir libertar da multidão na porta principal, lá encontrei o porto de abrigo para a ingestão de umas “loirinhas” (não muitas, que a viagem de regresso soava como um alerta) e saborear uns petiscos (parece que acertei no sítio, atendendo aos prémios do amigo Maranhão).
Por fim, o mais importante, o reencontro com meu amigo CC da Quinta Coluna, ao som de umas músicas do Emanuel.

sexta-feira, setembro 19

Convite do Maranhão.
Caro Maranhão,
fique descansado que Avis, este fim de semana, não me escapa. A mim e a muitos mais...

As Pontes.
Interdito o trânsito a pesados na 5 ª ponte sobre o Vale do Sorraia. Quanto a obras, nada de novo (continuidade do IC 10 parece não passar de uma miragem). O que temos? Um caminho agrícola, de terra batida, como estrada alternativa, que ao cair da tarde mais parece uma das duras etapas de uma qualquer prova desportiva, num qualquer deserto africano.
Isto promete. Ai promete, promete...

quarta-feira, setembro 17

Bibi trocou advogado...logo nasceram as dúvidas...


O antigo advogado de Bibi já explicou o que aconteceu:
"Fui atraiçoado pelas costas"...
Boa?! Pelas costas?
Pergunta do Picamiolos:
Porque é que pediu ao Bibi para lhe explicar bem e, se possível, demonstrar-lhe o que realmente aconteceu na Casa Pia...???

PONTES....Pontes....desespero aos montes.


Um engenheiro ligado às obras da ponte do IC19 revelou que a ponte não foi reparada em tempo porque “ quiseram poupar”.
Ao que chegamos em termos de segurança colectiva?
É grave, muito grave, que uma instituição de interesse público não faça o que deve para garantia da segurança dos cidadãos só porque quis “poupar verbas”.
Existem pontes pelo Portugal interior em idênticas situações?
Sim existem!!!
Em Coruche!
O IEP que se cuide.
Se algo acontecer...será responsabilizado!
Hoje, já é responsável pelos atrasos e incómodos que a falta de manutenção das pontes de acesso a Coruche causam.
A situação tende a agravar-se se medidas de solução coerentes não forem tomadas.
E...não podem atirar pedras aos eleitos porque essa “das estradas” não é seara onde possam meter a foice muito menos o martelo.
O IEP tem que rapidamente perceber que nem sempre no poupar está o ganho!!!

terça-feira, setembro 16

500 visitas.
O Coruche Blog acaba de alcançar 500 acessos ao sítio (isto sem contar os efectuados antes de termos contador).
Não andando pela blogosfera a olhar diariamente para o contador para ver quantos nos visitam, não deixa de ser um estímulo saber que há quem nos lê.

sábado, setembro 13

Mais uma vez Luis Sepúlveda.
Leio no ÉvoraSim:
“Sepúlveda
Grande escritor: sim! O pior é o resto”.

Caro Luís, o que é esse resto?
É uma condenação a 28 anos de prisão por participação em movimentos políticos contra o general Augusto Pinochet e a acusação de "traição à pátria, conspiração e participação em grupos armados"?
É a fundação de grupos de teatro por um grande número de países da América Latina por onde passou?
É a participação em trabalhos da UNESCO sobre 'o impacto da colonização nas populações da Amazónia' (Luis Sepúlveda passou um ano com a tribo dos Shuars).
É a participação em acções da Greenpeace?
É impulsionar as Jornadas Iberoamericanas de Literatura?

Presumo que não, mas gostava de saber...

Ps: acabo de receber uma mensagem em jeito de alerta: “Évora, no Garcia de Resende, dia 15 de Setembro, pelas 18.30h, Luis Sepúlveda apresenta o seu novo livro”.

sexta-feira, setembro 12

E...agora o momento da POESIA

CÂNTICO NEGRO
-- Um poema de JOSÉ RÉGIO


"Vem por aqui" – dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

Ainda ... "Assim Falava Zaratustra" de NIETZSCHE

NIETZSCHE:
das três metamorfoses do espírito

"Vou dizer-vos as três metamorfoses do espírito: como o espírito se muda em camelo, e o camelo em leão, e o leão, finalmente, em criança.

Há muitas coisas que parecem pesadas ao espírito, ao espírito robusto e paciente, e todo imbuído de respeito; a sua força reclama fardos pesados, os mais pesados que existam no mundo.

' O que é que há de mais pesado para transportar? ‘ — Pergunta o espírito transformado em besta de carga, e ajoelha-se como o camelo que pede que o carreguem bem.

' Qual é a tarefa mais pesada, ó heróis ' — pergunta o espírito transformado em besta de carga, a fim de a assumir, a fim de gozar com a minha força?
Não será rebaixarmo-nos, para o nosso orgulho padecer? Deixar refulgir a nossa loucura para zombarmos da nossa sensatez?
Não será abandonarmos uma causa triunfante? Escalar altas montanhas a fim de tentar o Tentador?
Não será sustentarmo-nos com bolotas e erva do conhecimento, e obrigar a alma a jejuar por amor da verdade?
Ou será estar enfermo e despedir os consoladores e estabelecer amizade com os surdos que nunca ouvem o que queremos?
Ou será submergirmo-nos numa água lodosa, se esta é a água da verdade, e não afastarmos de nós as frias rãs e os abrasados sapos?
Ou será amar os que nos desprezam e estender a mão ao fantasma que nos procura assustar?

Mas o espírito transformado em besta de carga toma sobre si todos estes pesados fardos; semelhante ao camelo carregado que se apressa a ganhar o deserto, assim ele se apressa a ganhar o seu deserto.
E aí, naquela extrema solidão, produz-se a segunda metamorfose; o espírito torna-se leão. Entende conquistar a sua liberdade e ser o rei do seu próprio deserto.

Procura então o seu último senhor; será o inimigo deste último senhor e do seu último Deus; quer lutar com o grande dragão, e vencê-lo.
Qual é este grande dragão a que o espírito já não quer chamar nem senhor, nem Deus? O nome do grande dragão é ' Tu deves '. Mas o espírito do leão diz: ' Eu quero. '

O ' tu deves ' impede-lhe o caminho, rebrilhante de ouro, coberto de escamas; e em cada uma das suas escamas brilham em letras de ouro estas palavras: ' Tu deves. '

Valores milenários brilham nessas escamas, e o mais poderoso de todos os dragões fala assim:
' Em mim brilha o valor de todas as coisas. Todos os valores foram já criados no passado, e eu sou a soma de todos os valores criados. ' Na verdade, para o futuro não deve existir o ' eu quero '. Assim fala o dragão.

Meus irmãos, para que serve o leão do espírito? Não bastará o animal paciente, resignado e respeitador?

Criar valores novos é coisa para que o próprio leão não está apto; mas libertar-se a fim de ficar apto a criar valores novos, eis o que pode fazer a força do leão.

Para conquistar a sua própria liberdade e o direito sagrado de dizer não, mesmo ao dever, para isso meus irmãos, é preciso ser leão.

Conquistar o direito a valores novos, é a tarefa mais temível para um espírito paciente e laborioso. E decerto vê nisso um acto de rapina e de rapacidade.

O que ele amava outrora, como bem mais sagrado, é o ' Tu deves '. Precisa agora de descobrir a ilusão e o arbitrário mesmo no fundo do que há de mais sagrado no mundo, a fim de conquistar depois de um rude combate o direito de se libertar deste laço; para exercer semelhante violência, é preciso ser leão.

Dizei-me, porém, irmãos, que poderá fazer a criança, de que o próprio leão tenha sido incapaz? Para que será preciso que o altivo leão tenha de se mudar ainda em criança?

É que a criança é inocência e esquecimento, um novo começar, um brinquedo, uma roda que gira por si própria, primeiro móbil, afirmação santa.
Na verdade, irmãos, para jogar o jogo dos criadores é preciso ser uma santa afirmação; o espírito quer agora a sua própria vontade; tendo perdido o mundo, conquista o seu próprio mundo.

Disse-vos as três metamorfoses do espírito: como o espírito se mudou em camelo, o camelo em leão, e finalmente o leão em criança."
Assim falava Zaratustra, e morava nesse tempo na cidade ...

Assim Falava Zaratustra, (p. 25-26)

Chile.
Aproveitando a ida a Lisboa, em trabalho, dei um saltinho à Buccholz (a melhor livraria da capital) para comprar o novo livro do chileno Luis Sepúlveda. Em O General e o Juiz, o autor reúne textos escritos entre 1998 e 2000 “que exploram a memória dos vencidos, que não querem perdoar nem esquecer”.
Trinta anos depois, não podemos deixar de lembrar o golpe militar que, com a colaboração da CIA, conduziu Augusto Pinochet ao poder no Chile.
A todos os democratas, em especial aos chilenos, as palavras de Salvadore Allende, e este post de memória:
“Fiquem sabendo que, muito mais cedo do que tarde, abrir-se-ão de novo as avenidas por onde passará o homem livre para construir uma sociedade melhor”.

quarta-feira, setembro 10

Assim Falava Zaratustra!

Zaratustra (emergindo da sombra de Nietzsche): O homem deve ser educado para a guerra, a mulher para o repouso do guerreiro: fora disto tudo é loucura. O guerreiro não gosta dos frutos adocicados.

É por isso que ele ama a mulher; há amargura mesmo na mais doce das mulheres. A mulher melhor do que o homem compreende as crianças, mas o homem é criança, mais do que a mulher. Todo o homem digno desse nome oculta em si uma criança que quer brincar.

Assim, mulheres, cuidai de descobrir a criança escondida no homem. Que a mulher seja um brinquedo, puro e delicado semelhante ao diamante, brilhando com as virtudes de um mundo que não existe ainda. Fazei entrar no vosso amor o reflexo de uma estrela longínqua. Que a vossa esperança seja: “Possa eu dar à luz o super-homem!” Que vosso amor seja corajoso! Fortalecidas pelo vosso amor, atacai aquele que vos inspira medo. Ponde a vossa honra no vosso amor.
A mulher, aliás, pouco sabe da honra. Mas a vossa honra está em amar mais do que sois amadas e em nunca ficardes em dívida. Que o homem tema a mulher que ama, pois ela não recuará perante sacrifício algum, e tudo o resto lhe parecerá sem valor. Que o homem tema a mulher que odeia, pois o homem, no fundo do seu coração, é maldoso, mas a mulher é malévola. (Qual é o homem que a mulher acima de tudo odeia? O punhal diz ao amante: “É a ti que, acima de tudo, odeio, pois me atrais mas não és suficientemente forte para me guardares junto de ti.”

A felicidade do homem é dizer: “Eu quero”. A felicidade da mulher é poder dizer: “Ele quer”; assim pensa a mulher, quando por amor obedece. E a mulher tem necessidade de obedecer e de dar profundidade à sua superfície.

A alma da mulher é superficial, como as águas de um lago sob a tempestade. Mas a alma do homem é profunda, a sua corrente ruge através de grutas subterrâneas: a mulher pressente essa força, mas não a compreende. (Assim Falava Zaratustra: "Das Mulherzinhas Jovens e Velhas", pp. 69 e 70).

Machista...eu?
Gosto pouco...gosto
...

terça-feira, setembro 9

Para descansar a alma...
meditando...e em busca de nós próprios
...


Poesia e Metafísica

«Ah, perante esta única realidade, que é o mistério,
Perante esta única realidade terrível — a de haver uma realidade,
Perante este horrível ser que é haver ser,
Perante este abismo de existir um abismo,
Ser um abismo por simplesmente ser,
Por poder ser,
Por haver ser.»
«Mais que a existência
É um mistério o existir, o ser, o haver
Um ser, uma existência, um existir—
Um qualquer que não este por ser este—
Este é o problema que perturba mais.
O que é existir, não nós ou o mundo—
Mas existir em si?».

...
Mistério que perturba e enche de medo:

«Tudo se nele penso, só amarga
E me angustia».

...
Mistério que enche de admiração:

«Para mim ser é admirar-me
De estar sendo».


de Fernando Pessoa

Perturbador...mas profundo!...Embriagante...

segunda-feira, setembro 8

Figuras típicas (2).

O Gita é uma daquelas figuras típicas que marcaram a minha infância. Sempre que me deslocava ao Couço, ao tempo ainda aldeia, lá estava ele, quase inevitavelmente no mesmo local.
De casaco e calças de fazenda, quer estivéssemos no mais frio dos invernos ou nos mais tórrido dos verões, ele estava lá. Encostado a um portão de zinco, recebia o sol da manhã com a felicidade de uma criança estampada no rosto escurecido pelos dias.
Contava-se na aldeia que o Gita era um apaixonado pelo sol e pelo mel, que devorava com uma gulosice de menino.
O Gita morreu há alguns anos, não consigo precisar quantos, mas na minha memória permanece aquele homem de sorriso de criança que recebia dos raios do sol a felicidade suprema.

Pedofilia em Coruche?.
Leio no muito mentiroso que em 1996, aquando da descoberta de pedofilia no Parque Eduardo VII, no decurso das investigações iniciais, “os miúdos mostraram casas no Restelo, Cascais e Coruche”. Em Coruche????
Fico por momentos a pensar no assunto e, ainda meio atordoado, lá descubro o tópico do blog que me faz regressar à serenidade: “Sou muito mentiroso. Nada do que digo tem fundo de verdade”.
Ainda bem...

domingo, setembro 7

Mudanças.
O Maranhão alude, num dos seus últimos posts, às nossas mudanças. Concordo plenamente com o que escreve. Quando os jornais e revistas que temos por companhia decidem mudar, perco-me, desespero-me e tenho de iniciar o caminho do encontro, da simbiose.
Por vezes, no entanto, precisamos mudar, nem que seja para mais tarde voltar à forma inicial. Há sempre momentos em que nos apetece desbravar novos caminhos, embarcar noutros barcos e lançarmo-nos a outros mares.
As mudanças no Coruche não são radicais. Limitamo-nos a ter um novo colaborador, uma nova assinatura (mas continuamos o mesmo) e tentar ser mais produtivos (manter, pelo menos, uma actividade diária).
A literatura, a política, o desporto (com um olhar especial sobre o nosso glorioso), “enfim de tudo”, vão continuar a ser tema de escrita.
...e claro, gostaríamos de continuar a contar com o vizinho.

”FAZER GENTE”
PARA MAIS GENTE PAGAR A MENOS GENTE



Uma análise do CENSOS 2001

O fenómeno do envelhecimento demográfico, definido como o aumento da importância relativa de idosos na população total, ocorreu em todas as regiões do país, sendo que apenas no Norte e nas duas Regiões Autónomas se mantém uma proporção de jovens (0-14 anos) superior à de idosos (65 ou mais anos).
Durante o período inter censitário, a proporção de jovens diminuiu passando de 20,0%, em 1991, para 16,0%, em 2001.
Ao contrário, a proporção de idosos aumentou de 13,6% para 16,4% na última década.
A população em idade activa regista duas tendências distintas: o grupo dos adultos jovens (15-24 anos) observa uma taxa de variação negativa (8,1%), à semelhança da população mais jovem, reflectindo a diminuição dos efectivos da geração da década de oitenta, altura em que a substituição de gerações deixou de ser assegurada.
Em contraste, a população dos 25-64 anos acompanha a evolução dos idosos, apresentando um aumento de 11,8%.
Pode, assim, concluir-se pelo envelhecimento da própria população em idade activa.
Em consequência do aumento da longevidade, a idade média da população aumentou quase 3 anos, quer nos homens, quer nas mulheres, passando de 35,5 anos em 1991, para 38,1 anos, em 2001, nos homens, e de 38,2 anos para 40,9 anos nas mulheres.

A sobre mortalidade masculina, que contribui para a maior esperança média de vida por parte das mulheres, justifica a diferença entre os sexos.

O progresso do envelhecimento, sobretudo pela base da pirâmide etária, como resultado da baixa da natalidade está bem evidenciado no traçado que as pirâmides etárias de Portugal assumem em 1991 e 2001.

Ressalta-nos a pergunta: O que podemos fazer?

Simples e tão simples como fazer o que até os bichinhos gostam…

Dar umas QUEKAS (boas…quentinhas e a chorar por mais…)
E… fazer filhos…manter a linha…a performance…
Sempre mais do que o número que foram precisos para o fazer…


Chama-se a isto ”FAZER GENTE”
(POLÍTICA SOCIAL)
PARA MAIS GENTE PAGAR A MENOS GENTE

CASA PIA VS VÓMITOS

Palavra de honra:
- Começo a estar farto de ouvir o caso “CASA PIA”.
Começo a ficar danado em ouvir os advogados e a ouvir falar do Juiz Teixeira. É assunto que já causa náuseas e é sobre o assunto que começo a ter dúvidas comuns a qualquer cidadão. Já tenho vómitos…

A dúvida é maior quando consulto o blog Muito Mentiroso – muitomentiroso.blogspot.com
e nos atiram com circunstâncias onde não faltam “ – quem, quando, onde e como” e não há MP que investigue e se crie a instrução de mais um Processo.

Estamos todos loucos ou então o Estado de Direito com que todos sonhamos deixou de existir?
Será que o que nos domina é a bagunça?
O decurso normal de um Processo implica toda esta bagunçada?

É que se assim não é, só me resta deixar um pensamento que nos poderá servir de farol:

"Quando te atirarem uma pedra, faz dela um degrau e sobe...
Só depois, quando tiveres uma visão plena de toda a área, pega noutra pedra, aponta bem e acerta nos cornos do filho da puta que te atirou a primeira."

sexta-feira, setembro 5

Figuras típicas. (1)
Aproveitando o último post de Picamiolos aqui no blog, vamos iniciar hoje o desfile de figuras típicas do concelho.

J. J. de Leite Perry, Eng. ENSMIC (Paris), empresário agrícola, criador de cavalos puro sangue lusitanos e casado com uma Profª. Universitária Russa, é, sem dúvida, uma figura da alta sociedade coruchense.
Activista incansável na luta contra o narcotráfico e a imigração clandestina, da sua pena saíram as melhores peças literárias que Coruche viu nos últimos anos.
Para quando a devida homenagem pelas entidades locais?

AS “MAGNÍFICAS” FESTAS DE CORUCHE

Li com atenção a carta de um leitor Criador de Cavalos puro-sangue Lusitano publicada em O RIBATEJO.
Fiquei triste pelo leitor por este ano “propositadamente” não se ter ausentado, nesses dias tão festivos.
Foi pena, porque poupar-nos-ia à leitura da sua carta de mau gosto e reveladora da acidez que lhe provoca quem é CAPAZ.
Capaz de pertencer a uma Comissão de coruchenses que serve os coruchenses para e porque os outros vão à festa nem que sejam propositadamente obrigados para concluir que:
Houve “a magnífica procissão e toirada”.
Houve “ o Cortejo Etnográfico até foi um pouco melhor”
Faltaram os cavalos? Mas faltaram os cavalos de quem?

Um convite:-Faça parte da próxima Comissão de Festas e...faça melhor caro JJ

Propositadamente deixo isto para reflexão:
"Memória curta – Quando puxando o cobertor do discurso para tapar os factos que atrapalham, se deixam ao léu as partes impúdicas dos factos que comprometem..."

quinta-feira, setembro 4

LI...GOSTEI E ESPERO QUE MEDITEM...

(De um blog que não sei qual, fiz um copy. Obrigado)

Shakespeare

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destrui-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida.

Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens da vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser.
Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto.

Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados.

Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências.
Aprendes que paciência requer muita prática.

Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar.
Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas.
Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado.

Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores.
E aprendes que realmente podes suportar mais...que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida!
As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

William Shakespeare

Grupo dos Amigos de Olivença.
Cá o blog acaba de receber mais um mail do Grupo dos Amigos de Olivença.
É sempre um estímulo receber correio. Este, e não querendo violar o dever que recai sobre o destinatário de missivas confidenciais, merece transcrição:

“Conforme notícia o Diário de Notícias, a CIA passou a incluir no seu «relatório anual sobre disputas internacionais» o contencioso de Olivença.”

Já estou a imaginar os EUA a criarem em Olivença mais uma daquelas figurinhas tão típicas e tão eficientes para a sua política internacional. Já imaginaram o Bin Laden de Olivenza?

Ps: Caros activistas do GAO, não estraguem alguns cenários tão apetecíveis para umas boas fotografias com aqueles autocolantes do “Olivença é Portuguesa”, ou será “Olivença é nossa”? Bem, como diz aquela mísera apresentadora daquele mísero programa que fustiga a televisão portuguesa pela 4ª vez, isso para o caso não interessa nada.

terça-feira, setembro 2

Bocas do RVS

A Voz do Sorraia foi atacada por uma virose vermelha.
Deixa-nos com os ouvidos avariados de tantos virus importados da sede dos aliados da Praça Vermelha.
Então não é que ultimamente depois de tantas obras e decisões importantes tomadas a bem dos coruchenses, começou-se a "alourar" as notícias com comunicados entregues em mão para que o porta-voz os difunda sem qualquer contrapartida a não ser o desgaste da verborreia cansada de uma oposição agastada e sem ideias que para mostrar movimentos da sua agonia resolve inundar de virus a RVS...
Já nos vacinamos... e, apesar dos espirros, não será através das ondas rádio que apanharemos a doença do vírus vermelhão resultado do pau de louro que seca a virtuosidade da boa informação...
E para que se saiba temos todos dois ouvidos para que se conheçam as duas faces da mesma informação e a RVS teima em mostrar-nos a parte da face mais vermelha atacada pela conhecida virose.
Assim, até nos parece que a rádioVS tropeça nas trevas do conhecimento sem que possa erguer a bandeira da verdade para melhor esclarecimento dos coruchenses.
GOSTO POUCO...GOSTO...

Última hora. O Coruche passa, a partir de hoje, a contar com um novo colaborador. Esperamos ansiosamente pelos seus posts.. Bem vindo, então, quem vier por bem...

segunda-feira, setembro 1

Évora. Para uma cidade que me vai prendendo...as palavras de Manuel Alegre.

Irei a Évora descobrir o branco
a ogiva o arco a rosácea a nave
a praça como pátio
o pátio como praça.
Nada destrói a intimidade
de sua humana geometria.
Irei a Évora para reencontrar
a perdida harmonia.


Évora, Manuel Alegre

A Grande Reportagem. Os rumores de que a Grande Reportagem preparava-se para nos presentear com a sua última edição, pelo menos no formato habitual, já me tinham sobressaltado. Confirmei-os, hoje, ao ler a “Carta do Editor”.
Habituei-me a comprar a GR no dia em que chegava às bancas. Devorava-a em dois ou três dias, ficando depois a aguardar, com expectativa e um pouco de impaciência, pelo próximo número.
Tenho de confessar que já pressenti o fim da revista em dois momentos quase simultâneos. O primeiro, aquando da sua aquisição por um grande grupo de comunicação social. O outro, quando o Miguel Sousa Tavares a deixou ao fim de dez anos à frente dos seus destinos. Felizmente não se confirmaram. Pressinto, agora, de novo, o seu fim. Ai...este cepticismo tão português...