ESCRIBAS e ESCRITAS
ESCRIBAS do Sorraia –Jornal da terra
São tristes, demasiado tristes alguns dos escribas do SORRAIA.
Hão-os de todos os tipos.
Cristãos e não cristãos.
Forasteiros e não forasteiros.
Refiro-me, é claro, não àqueles que apenas se auto-intitulam cristãos e não seguem as regras ditadas por suas igrejas, católicas ou protestantes.
Mas, sim, refiro-me aos escravos da má-língua, aos que perdem seus dias preparando-se para qualquer uma das mentiras que vivem a repetir.
São tristes e são covardes.
São tristes e fracos.
São tristes e perigosamente vingativos, acreditem!
Que outra neurose poderia esperar daqueles que se sacrificam por mentiras, daqueles que, como cordeiros, aceitam ser enganados, apenas para não enfrentarem o embate quotidiano que é viver?
Que outra neurose poderia esperar, a não ser a da vingança silenciosa, feita nos bastidores, arquitectada nas sombras ou nos corredores luxuosos?
A vingança dos covardes: a calúnia.
Quem os conhece bem, sabe: alguns escribas são especialistas em difamar.
Difamar com um sorriso nos lábios; difamar fazendo, ao mesmo tempo, a vénia;
Difamar, mas, é claro, confessando-se depois.
Difamar apontando sempre para a cruz.
São os inimigos mais perigosos que temos, pois agem na sombra, obedecendo ao evangelho: "Sejam astutos como as serpentes e simples como as pombas."
Frustram seus desejos, seus corpos, mas não suportam a felicidade alheia, a alegria do semelhante, o gozo e o prazer do vizinho.
Aniquilam suas vidas, escamoteiam suas naturezas, escravizam-se às suas ideologias – e não admitem a liberdade dos que repudiam as mentiras.
Flagelam suas mentes – e, não satisfeitos com a sua própria destruição, querem levar os outros consigo.
Ha!
Nada pode indignar-nos mais do que imaginarmos que esses infelizes perdem suas vidas em nome de algo que jamais virá.